Breve resumo

A felicidade não é um destino, mas um subproduto de toda a jornada. Elio sente uma felicidade serena e contagiante. Ele percebe que sua nova missão é usar sua criatividade e sua história para inspirar outros a iniciarem suas próprias jornadas. O ciclo se reinicia.

O tempo passava implacavelmente, mas a felicidade havia chegado à vida de Elio, que sentia uma felicidade serena e contagiante. O sorriso largo não escondia nada do que a jornada da vida lhe dera ao longo do seu caminhar. A percepção de Elio se ampliara de tal maneira que ele via o quão nobre era a sua nova missão: a de usar a criatividade e sua história para inspirar outros a iniciarem suas próprias jornadas. O ciclo não terminava com sua jornada, mas reiniciava sob outro molde. Era assim que Elio definia-se: um corredor que precisava passar o bastão ao corredor seguinte. O ciclo evolutivo estava, pois, em ação na sua consciência.

A felicidade não era um destino ao qual ele havia ancorado, mas uma música que agora fluía através dele. Uma melodia serena, composta da aceitação das mudanças implacáveis do tempo, da liberdade de ser quem era, e da gratidão profunda por cada passo, tropeço e revelação. Era contagiante porque era autêntica; não um simples conselho para os outros, mas um transbordamento natural de um vaso que estava, finalmente, cheio.

Seu sorriso não era apenas uma curva nos lábios; era a expressão física de um amor que já não cabia dentro de si. Era o brilho interno irradiando para o mundo exterior. Ele olhava para as pessoas ao seu redor – o colega ansioso, o estranho carregado de tristeza, o amigo perdido em suas próprias dúvidas – e já não via estranhos. Via Elios em estágios diferentes da mesma jornada. Via o sussurro interior deles manifestado como inquietação, sua sombra disfarçada de arrogância ou medo, sua busca por aprender mascarada como trabalho excessivo.

E nesse olhar, nascia a missão. Não uma missão de salvar ninguém – ele aprendera que a salvação é uma conquista íntima – mas de inspirar. Sua criatividade, outrora bloqueada e angustiada, tornou-se sua ferramenta primordial. Ele não escrevia, pintava ou codificava mais para si. Cada linha de código de um software gratuito que criava, cada texto que compartilhava sobre sua natureza humana desvendada, cada história que contava sobre seus devaneios e seu aprender, era o bastão que ele passava adiante.

Era um ato de puro dar o elixir. O elixir não era uma poção mágica para a felicidade eterna, mas o mapa de sua própria jornada, compartilhado na esperança de que outros pudessem se inspirar a desenhar o seu próprio. Ele oferecia sua experiência como uma lanterna, não para iluminar o caminho do outro, mas para lembrá-lo de que ele também carregava uma dentro de si, basta ter a coragem de acendê-la.

O ciclo realmente não terminava. Ele se fechava em Elio apenas para se abrir infinitamente nos outros. A jornada de autoconhecimento que ele concluíra revelava-se, em sua fase final, como a semente de incontáveis outras jornadas. A felicidade verdadeira, ele descobria, não residia apenas em viver plenamente sua própria vida, mas em participar, com humilde alegria, do despertar das vidas ao seu redor.

Elio, o outrora solitário e atormentado pela criatividade silenciosa, havia se tornado um ponto de conexão. Um nó na grande rede onde a luz podia circular. E nessa circulação – nesse dar e receber que era uma única coisa – residia a mais pura e duradoura felicidade. A jornada do herói findava, para dar lugar à mais bela e simples das funções: a de ser, humildemente, humano.


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