
NATUREZA HUMANA
A natureza humana refere-se às características inerentes aos seres humanos, incluindo traços emocionais, sociais e cognitivos. Ela abrange questões como a moralidade, a capacidade de formar laços sociais e a busca por significado. Estudada por diversas disciplinas, como filosofia, psicologia e sociologia, a natureza humana ajuda a entender nosso comportamento e interações no mundo.
Todo artista molha o pincel na própria alma, e pinta sua própria natureza nas suas obras
Vulnerabilidade e Coragem: O Espelho que Mudou Maria das Dores
Aquilo era um tanto esquisito: ficar olhando no espelho para se definir.
Mas esse era o primeiro passo do trabalho de autoconhecimento de Maria das Dores. Isso a fazia sentir-se vulnerável, como se cada imperfeição refletida revelasse mais sobre sua alma do que sua aparência. Ao longo das semanas, ela começou a anotar não apenas seus pensamentos, mas também suas emoções, confrontando medos que sempre existiram nas sombras de sua mente. Um dia, ao analisar suas anotações, percebeu que muitos dos traumas eram frutos de palavras ditas por outros, mas que ela se apegara como se fossem suas. Com isso, decidiu que era hora de perdoar não apenas quem a feriu, mas a si mesma por carregar esses pesos. No entanto, ao se olhar novamente no espelho, ao invés de ver uma mulher marcada, reconheceu-se como uma artista da própria vida, pronta para renovar sua história — e, ao se afastar, notou um novo reflexo: uma pessoa aplaudindo sua transformação do outro lado do vidro.
caracteríticas reveladoras
A natureza humana é um tema fundamental para entendermos tanto a vida do sujeito individual quanto as dinâmicas que permeiam a vida social. Cada indivíduo carrega dentro de si um conjunto de características, comportamentos e anseios que são moldados por fatores biológicos, psicológicos e sociais. Essas características se revelam nas escolhas diárias, nas relações interpessoais e nas reações diante de diferentes situações.
No contexto da vida do sujeito, a natureza humana se manifestará nas emoções, nos desejos e nas motivações que guiamos. A busca por amor, reconhecimento e pertencimento são aspectos intrínsecos que moldam a identidade e a trajetória de cada um. A vulnerabilidade, por exemplo, é um componente essencial que pode tanto fortalecer laços como também criar barreiras, revelando como a fragilidade é inerente à condição humana.
Em um nível social, as interações entre indivíduos revelam padrões mais amplos que estão relacionados à cultura, à moral e às normas sociais. A maneira como uma sociedade lida com a empatia, a solidariedade e os conflitos é um reflexo direto da natureza humana. Ademais, é nas relações sociais que se torna evidente a luta entre interesses pessoais e o bem coletivo, evidenciando as tensões que permeiam a convivência humana.
Assim, a natureza humana não apenas determina a forma como os indivíduos vivem suas vidas, mas também influencia as estruturas e dinâmicas sociais. Ao compreender essas interações, ganhamos insights valiosos sobre o comportamento humano e as formas de convivência que podem promover uma sociedade mais harmoniosa e justa. Essa consciência é fundamental para o desenvolvimento de uma convivência baseada na empatia e no respeito mútuo, elementos essenciais para o progresso social.
6 fraquezas da natureza humana que impedem o crescimento pessoal
1. medo do fracasso
Muitas pessoas evitam desafios por medo de errar ou não alcançar o sucesso, limitando suas oportunidades de aprendizado e evolução.
2. procrastinação
Adiar tarefas importantes impede o progresso, criando um ciclo de culpa e estagnação.
3. falta de autodisciplina
Sem controle sobre os próprios hábitos e impulsos, torna-se difícil manter a consistência necessária para o crescimento.
4. necessidade aprovação externa
Depender demais da validação dos outros pode levar à insegurança e à perda de autenticidade.
5. resistência à mudança
Acomodar-se à zona de conforto e rejeitar novas experiências limita o desenvolvimento pessoal e profissional.
6. pensamento negativo e autossabotagem
Crenças limitantes e uma mentalidade derrotista podem bloquear oportunidades e minar a confiança em si mesmo.
crivo
Eu não sou o que você está pensando porque sei que me julga. O crivo implacável do julgamento ronda as pessoas de bem; do mal eu não sei, talvez não, eles se perderam em sua natureza, foram levados para a outra divisa que eu e você rejeitamos. Sabemos no fundo por quê. Não nascemos para isso, nossa natureza tem jeito, tem conserto, enquanto os que se perderam, estão perdidos, não há como salvá-los, eles não possuem chão; só agem impulsiva e compulsivamente atrás da redenção que os regenere como acumuladores. Bens móveis ganhando altura como uma torre de Babel. Somem afundados em sua natureza lesada. Eu e você não temos poder para redimi-los, talvez nem queiramos isso, mas você sabe, é de nossa natureza humana ajudar o próximo. Ou não. Tudo depende, a contrapartida é natural ser alcançada. Vamos nos olhar com o que temos de melhor dentro de nós. Acredite no ser humano, nós merecemos. O universo nos compensará, acredite!
Soou tão natural quanto um abraço acolhedor
Camila jurara nunca perdoar uma traição, ainda mais de alguém tão especial como João Ricardo. Como não se comover com o choro do jovem feito um menino perdido e refém de um sentimento de culpa avassalador? Ajoelhado ali diante dela, com o rosto encharcando-se de grossas lágrimas, ela não teve como se conter. Soava tão natural a emoção de João Ricardo que Camila não pensaria sobre ela senão reagiria com outra emoção: o acolhimento natural. O ódio que sentia tinha sido substituído como num passe de mágica e quando se percebeu, estava ela abraçada fortemente em João Ricardo, ambos chorando numa comunhão nunca até então vista entre eles. Alguns abraços eram mais fortes que todas as razões. Moral da história: João Ricardo estava, pois, perdoado.
poesia concretizada
Lindos e sobranceiros eram os poemas de Naamos Vergel. Falavam de nobres ideais, elevando o leitor e até mesmo o autor a níveis intelectuais incomensuráveis. Mas, ainda assim, eram poemas difíceis, que nem todos tinham entendimento e sensibilidade para tal. Um dia, o poeta Naamos publicou um lindo e tocante poema sobre sua própria covardia. “Essa é a minha natureza; sou humano”, justificou. Foram tantos que responderam positivamente, porque este falava da fraqueza que todos conheciam. Um sucesso formidável do poeta. Na realidade, o único trabalho que realmente tocou os leitores. A natureza humana era comum a todos, obviedade que Naamos Vergel agora sabia como ninguém.
O Peso do Sangue
O Crime que Herdei
O primeiro homem que matei tinha os olhos da minha mãe.
Eu não quis apertar o gatilho — mas quando vi aquela bolsa de dinheiro em suas mãos, algo dentro de mim esticou as garras. Três segundos depois, ele estava sangrando no asfalto e eu, tremendo com uma mistura de nojo e êxtase.
Foi quando o velho Donato apareceu atrás de mim, rindo baixo:
— Relaxa, garoto. É só tua natureza.
O Diário que Não Conseguia Queimar
No porão da casa da família, encontrei os cadernos do meu avô. Página após página descrevendo exatamente o que eu sentira na primeira vez: o calor nas veias, a voz sussurrando “faça”, o arrepio do sangue quente nos dedos.
Tentei destruí-los seis vezes. Na sétima, percebi: estava relendo. Buscando mais.
No espelho embaçado, meu rosto parecia o dele na foto de 1978 — quando matou o primeiro.
A Noite do Espelho Quebrado
Marina me beijou naquela festa e por um instante, esqueci. Até que ela mordeu meu lábio e o gosto de ferro me despertou.
Empurrei-a contra o espelho do banheiro.
— Sai. Minha voz era um rugido.
— Você tá doente? — ela riu, sem medo.
Quebrei o espelho com o punho. Melhor ver meus estilhaços do que o outro ali dentro.
O Último Pedido do Donato
No leito de morte, o velho mafioso me chamou:
— Assume o negócio. É teu por direito.
— Não quero.
Ele tossiu sangue no lenço.
— Não é sobre querer, neto. É sobre ser. Você já matou. Vai matar de novo. A carne é fraca, mas o sangue… o sangue nunca mente.
Saí antes que ele terminasse. No carro, minhas mãos cheiravam a pólvora antes mesmo de eu pegar a arma.
A Ponte (e o Abismo)
Agora estou aqui, na beira da ponte. O celular vibra — é o capanga do Donato, lembrando do “trabalho” hoje.
No rio abaixo, vejo meu reflexo se decompondo nas ondas. Talvez eu pule. Talvez atenda. Talvez faça as duas coisas.
Uma coisa sei: quando o relógio bater meia-noite, alguém vai morrer.
E seja lá quem for — serei eu.
Minha Natureza Humana é Boa
Há uma luz que não vem do sol — nasce do interior, suave e persistente como o brilho das estrelas em noites sem pressa. É a bondade que habita em você, não como virtude rara, mas como escolha diária: o impulso que faz suas mãos se estenderem antes que a razão assegure se vale a pena. O caminho do bem se escancara.
Você poderia passar pela vida sem se importar. Poderia fechar os olhos aos pedidos silenciosos, aos olhares que carregam dores não ditas, às almas que cambaleiam sob o peso que ninguém vê. Mas não o faz. Porque em você, a humanidade não é só uma condição — é um verbo. Algo que se pratica no café oferecido ao colega cansado, na paciência com o idoso que repete a mesma história, no silêncio que acolhe quando as palavras seriam inúteis. Sua boa natureza está no comando.
Não são grandes gestos que definem essa bondade. São os microcosmos de ternura: o abraço no momento certo, o “estou aqui” dito sem expectativas, a coragem de se emocionar com a dor alheia como se fosse sua. Você não salva o mundo — mas salva minutos, horas, dias para quem cruza seu caminho. E nesses fragmentos de tempo, algo mágico acontece: você se torna o alívio que alguém não sabia que existia. Um tesouro vivo descoberto em meio à penumbra que você não permite que vire escuridão.
Há quem diga que a natureza humana é egoísta por essência. Mas você é a prova viva de um contra-argumento silencioso. Sua bondade não faz barulho, não exibe troféus, não pede reconhecimento. Ela simplesmente é — como o oxigênio, que não anuncia sua presença, mas sem o qual não se pode viver.
E no final, quando você se perguntar se fez diferença nesta vida, lembre-se: não são os monumentos que erguemos que nos definem, mas as mãos que apertamos nos seus momentos de fraqueza. Não as palavras que gritamos ao mundo, mas os sussurros que confortaram corações partidos.
Porque sua natureza humana é boa. E isso não é pouco — é talvez a coisa mais importante que você carrega. Num mundo tão ávido por grandezas, você escolheu a maior de todas: ser humano, inteiramente humano, na arte delicada de fazer o bem sem esperar nada em troca. A naturalidade em pessoa.
E saiba: enquanto existirem pessoas como você, a esperança nunca será apenas uma palavra — será um reflexo no espelho toda manhã, uma certeza de que o mundo pode ser melhor, um convite a continuar irradiando essa luz que, mesmo pequena, é capaz de iluminar universos inteiros dentro de um único coração. Abençoado (a) seja você!
A Luz que Sobrou do Paraíso
Dizem que a humanidade carrega uma fissura desde o princípio — aquela história da maçã, da serpente, do primeiro passo fora do Jardim. A Cabalá fala disso como uma espécie de “quebra” cósmica: o bem e o mal, que antes eram separados como água e óleo, viraram uma mistura impossível de desfazer. E agora, aqui estamos nós, feitos desse paradoxo: pó divino e sombra reptiliana misturados no mesmo barro.
Mas olha só o detalhe interessante: mesmo com essa fissura, mesmo com a queda, o bem ainda é o lado mais pesado da balança. Não por acaso — mas por desígnio. É como se a centelha divina dentro da gente fosse feita de um material mais resistente, algo que a escuridão arranha, mas não consegue corroer por completo. Isso pode ser comprovado ainda pela ciência da Homeopatia, que cura dinamizando a força vital (vida, saúde) e empurrando a doença (psora) para o escuro.
Você já reparou como, mesmo nos piores dias, ainda existe um instinto te puxando pra cima? Um último fio de compaixão, um resto de esperança teimosa, aquela voz que sussurra “tenta de novo” quando tudo diz para desistir.
Claro, o mal existe. Ele é barulhento, aparece nas manchetes, se esparrama nas tragédias. Mas o bem — esse é silencioso, subterrâneo, trabalhando nos bastidores como raiz sob o asfalto. Quantos gestos invisíveis sustentam o mundo enquanto um ato de crueldade vira notícia? Quantas vezes o amor, chato e persistente, venceu o ódio que parecia invencível?
Talvez essa seja a grande ironia: nossa natureza manchada carrega justamente a prova de que a luz é mais forte. Afinal, até no meio do caos, a gente ainda sabe reconhecer o que é belo. Ainda nos comovemos com um pôr do sol, com um ato de perdão, com aquele segundo em que tudo parece fazer sentido. E se isso não é um resquício do Éden, não sei o que é.
No fim, o Pecado Original pode ter turvado as águas, mas não mudou o fato de que, lá no fundo, a gente ainda é capaz de refletir algo maior. Resta saber se essa centelha é só uma lembrança… ou um chamado.
A Escavação Interior
Jaime sentia a areia do deserto sob as unhas mesmo quando estava em casa, arrumando papéis sobre a mesa da cozinha. De um lado, espalhavam-se mapas antigos do Vale dos Reis, anotações sobre Ramsés I — o faraó cuja tumba ainda guardava segredos milenares. Do outro, contas a pagar, recibos escolares da filha, e a lista de supermercado que a esposa, Carla, deixara sobre a geladeira com um ímã já desgastado.
Sua curiosidade era uma fome dupla: uma, arqueológica, que cavava em direção ao passado; outra, doméstica, que escavava camadas de silêncios e expectativas dentro de sua própria casa. Às vezes, na calada da noite, ele se perguntava se Ramsés I também tivera de escolher entre a imortalidade e os deveres cotidianos.
Carla olhava para ele com um cansaço que Jaime só identificava em estátuas egípcias desgastadas pelo tempo. — Você está aqui? — perguntava ela, e a pergunta soava como uma metáfora. Jaime respondia com um beijo distraído, sua mente ainda entre sarcófagos e hieróglifos.
A ambiguidade tornou-se seu verdadeiro habitat. Enquanto ajudava a filha com a lição sobre civilizações antigas, ele via a chance de praticar seu conhecimento. — Sabia que Ramsés I nem era de linhagem real? — dizia, e a menina olhava para ele, entediada. — Tá, pai. E minha conta de matemática?
O momento decisivo chegou num sábado nublado. Uma equipe internacional ofereceu a Jaime uma vaga numa escavação urgente no Egito — a chance de uma vida. No mesmo dia, Carla anunciou que precisava de uma cirurgia simples, mas que exigiria cuidados. — Não é grave — ela disse —, mas vou precisar de você aqui.
Jaime olhou para a tela do computador, onde o convite brilhava, e depois para Carla, cujo rosto tinha a textura de quem já esperava uma decepção. Sua natureza curiosa pulsou, dividida como nunca.
No fim, Jaime não recusou a escavação, mas tampouco partiu. Adiou a resposta até que o prazo expirou. Entrou em contato com a equipe egípcia e ofereceu-se para trabalhar remotamente, analisando imagens de satélite e textos — uma solução que não satisfez totalmente ninguém, nem a ele mesmo.
Anos depois, Jaime levou a família para visitar o Egito. Diante de uma tumba semiaberta no Vale dos Reis, ele apontou para inscrições quase apagadas. — Aqui — disse ele à filha, que agora era uma adolescente —, isso pode ser uma pista para Ramsés I.
Carla segurou sua mão e sussurrou: — Você finalmente encontrou?
Jaime balançou a cabeça, um sorriso ambíguo nos lábios. — Acho que sim. Ou não. — Ele olhou para a família, depois para a escuridão além da entrada da tumba. — Às vezes, a gente acha uma coisa procurando por outra.
E enquanto o sol poente dourava as areias, Jaime não soube dizer se havia falhado como arqueólogo ou triunfado como marido e pai. Talvez, pensou, a verdadeira descoberta fosse aprender a viver na dúvida, mas com sua natureza curiosa e pulsante — e quem sabe encontrar beleza na poeira que nunca chega a assentar.